domingo, 14 de dezembro de 2014

O NATAL DE JESUS


O final do ano, especialmente o mês de dezembro, quando as luzes da cidade de tornam coloridas com os enfeites natalinos, nossa intimidade é impregnada com um pensamento profundo sobre o natal. 

O natal é uma festa em comemoração ao nascimento de Jesus.

 No entanto, a data correta do nascimento do Mestre encontra-se permeada por muitas discussões, porque os historiadores não se reportam a esse fato, existindo apenas especulações diversas a respeito do seu nascimento.

É incontroverso o fato de Jesus Cristo não ter nascido no dia 25 de dezembro, como não se tem ideia do mês em que Ele nasceu. Não há registro dessa informação, porque Ele era filho de um carpinteiro e de uma tecelã, gente do povo, e ninguém tinha interesse em fazer seu registro. Naqueles tempos, em Israel, apenas as crianças do sexo masculino eram registradas e, mesmo assim, a partir dos 14 anos de idade. As mulheres não eram contadas no censo.

Sabe-se, por outro lado, que Jesus Cristo nasceu em um período que, segundo as tradições, estavam ocorrendo o censo naquelas regiões. Por isso, José foi com sua esposa, Maria, para atender ao censo e nessa viagem teria nascido Jesus.

Para nós cristãos pouco importa a data em que Jesus nasceu, o que importa para nós é que Ele veio, e veio trazer lições luminosas, bênçãos do céu mais alto.

Mas como é que surgiu essa questão do 25 de dezembro, dos brilhos nas ruas, das árvores natalinas, da mesa farta? Como é que tudo isso surgiu?

Recorrendo a história, é possível registrar que o cristianismo foi oficialmente declarado religião do povo romano pelo imperador Constantino.

Conta-se que o imperador Constantino Magno enfrentou o General Maxêncio, seu rival no trono de Roma, tendo vencido a batalha guiado por vozes e sinais que apareceram no céu, como uma cruz luminosíssima que lhe apareceu em pleno céu azul de Roma, chegando a ofuscar o brilho do sol do meio dia.

Ao ver essa cruz, sinalizada em pleno céu do meio dia, Constantino leu no pé da cruz uma legenda importante que dizia “com esse sinal venceras”. Então, fortalecido, ele avança contra o general Maxencio, derrota-o e chega vitorioso em Roma.

É preciso lembrar que os cristãos tinham como simbologia de sua crença o peixe. Mas, após o martírio de Jesus, o símbolo dos cristãos passou a ser a cruz. Daí porque Constantino entendeu que, a cruz que lhe aparecera no céu, era um sinal de que o Deus dos cristãos o conduzia naquela batalha. Então, ele passou a atribuir a sua vitória a Jesus Cristo.

Desta forma, Constantino determinou, por decreto, que Jesus Cristo seria o novo senhor de Roma, deixando para traz a tradição de Júpiter Capitolino. Não seria mais Júpiter o grande deus Romano, seria agora Jesus de Nazaré.

Mas quem era Jesus? Era um homem sem uma genealogia expressiva, não era filho de nenhuma divindade, não viera do Olimpo, não viera dos campos Elíseos. Quem era Jesus de Nazaré? Filho de um carpinteiro e de uma tecelã, nascido na JUDEIA. Como entender que esse indivíduo, sem uma estrutura de nobreza, transformar-se-ia no grande senhor de Roma? Mas era decreto. E o povo passou a respeitar o decreto, mas no coração não guardavam Jesus, pois não há como alterar a psicologia de um grupo social através de um documento. As pessoas aceitam por fora, mas não aceitam por dentro, e é dessa maneira que Jesus Cristo foi alçado à condição de deus romano.

Para conferir a Jesus as feições de um deus digno de ser amado pelos romanos, o imperador Constantino requisitou os mais notáveis artistas romanos e de outras partes da Europa, para que pudessem criar uma imagem capaz de representar Jesus, porque ninguém sabia como ela era, não havia retratos à espoca.

Os artistas, a partir das descrições dos cristãos e de pessoas que tivessem conhecido alguém que conheceu Jesus, começaram a elaborar. Por isso é que hoje todas as imagens que tentam representar Jesus Cristo Judeu, há uma imagem europeia. Todas as feições de Cristo que encontramos na pintura, nas artes, são feições de um modelo europeu, desde os olhos, o cabelo, a cor da pele, os traços físicos, são de europeu.

A humanidade cristã se acostumou com esse modelo, com esse padrão europeu, e a partir daí começa um grande problema na estruturação da crença cristã: Jesus Cristo, judeu, filho de judeu, com expressões fisicamente europeias, porque foram os artistas europeus que deram corpo a imagem que nós conhecemos hoje de Jesus. Mas isto não deve ter importância alguma para nós, sejam quais forem as expressões físicas de Jesus, para nós o que deve prevalecer é essa concepção de é que Ele é o nosso modelo e guia para todo o sempre na humanidade terrestre.

Mas a data de 25 de dezembro, como marco do nascimento do Cristo, surgiu com o Papa Júlio I, no século IV, que reuniu cardeais para discutir uma questão muito séria. Jesus Cristo, sendo o grande senhor de Roma, desde Constantino, não tinha um dia, e todos os deuses pagãos dos romanos estavam ligados a uma data, porque era costume de o povo festejar seus deuses e comemorar com festa e confraternização.

Mas Jesus Cristo, estranhamente, não tinha uma data que pudesse ser comemorada, como a data de seu natalício, como a data de seu nascimento. Então se reuniram os cardeais para decidir que data iriam criar, para, simbolicamente, representar a data do nascimento de Jesus. Discutiram muito, reuniram várias vezes, até que chegaram à conclusão de que a festa que deveria servir para homenagear Jesus, deveria ser aquela que maior número de pessoas reunisse em Roma. E aí pensou-se nas várias festas realizadas em Roma, concluindo-se que a melhor festa para representar o nascimento de Jesus seria a festa do solstício do inverno.

A festa do solstício de inverno começava no dia 22 de dezembro e findava-se no dia 25, oportunidade em que se homenageava a entrada oficial do inverno europeu. Nessa data, o povo saia para as ruas, fazendo pequenas fogueiras, evocando o deus Apolo, que segundo a mitologia romana era o grande deus solar, pois era Apolo que levava o carro do sol pelo céu. E, quando surgia o inverno, as pessoas imaginavam que Apolo estivesse em outro lugar, deixando a Europa desvitalizada sem o calor de sua luz solar. Então faziam fogueiras evocando Apolo.

Era costume, entre as mulheres, a troca de produtos de sua própria fabricação. Assim, trocavam-se tecido, doces, pães, e demais produtos, como parte do ritual ao deus pagão, surgindo daí a tradição de trocar presentes na data do natal. Por outro lado, as famílias sabendo que chegaria o inverno, costumavam recolher as frutas que, no inverno, não seria possível ser produzidas. Assim, as desidratavam, açucarando-as, para conservá-las. Então, no inverso europeu, as frutas cristalizadas era costume às mesas, e até hoje compramos frutas secas e cristalizadas para o natal, como resquício desse hábito europeu.


Fonte: Raul Teixeira - o Natal de Jesus


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