A Parábola dos Vinhateiros Homicidas e a Missão do Brasil
A Parábola dos vinhateiros homicidas, registrada por Mateus, capítulo 21, v. 33 a 45, interpretada à luz da doutrina espírita, permite identificar o porquê da reencarnação no Brasil.
Espíritos milenares, egressos de centenas de outras civilizações, muitas das quais nem mais existem, foram reunidos em terras brasileiras para cumprir um compromisso anunciado na Parábola dos vinhateiros homicidas.
A parábola dos vinhateiros homicida fala diretamente aos corações dos brasileiros sobre compromisso que temos com Jesus.
A Parábola Segundo Mateus
Um homem, chefe de família, plantou uma vinha, circundou-a com uma cerca, cavou nela um lagar para pisar uvas e construiu uma torre de guarda. Em seguida, arrendou a vinha a agricultores e viajou para o estrangeiro. Quando se aproximou o tempo dos frutos, enviou seus servos aos agricultores para receber seus frutos. Os agricultores, porém, agarraram os servos, espancaram a um, mataram a outro e a outro apedrejaram. Novamente o dono da vinha enviou outros servos, em maior número que os primeiros. Mas eles os trataram do mesmo modo. Por fim, enviou-lhes o próprio filho, dizendo: respeitarão a meu filho. Mas os agricultores, vendo o filho, disseram entre si: Este é o herdeiro. Vamos matá-lo e tomemos posse de sua herança! Então, agarraram-no e lançaram-no fora da vinha e o mataram. Então, quando o senhor da vinha voltar, que fará com esses agricultores? Perguntou Jesus aos que o ouviam. Eles responderam. Dará triste fim a esses criminosos e arrendará a vinha a outros agricultores, que lhe entregarão os frutos no tempo certo. Então, Jesus lhes diz: "Vocês nunca leram nas Escrituras? 'A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isso vem do Senhor, e é admirável aos nossos olhos? Por isso vos digo que o Reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que produza seus frutos.
Interpretação Espírita da Parábola
O espiritismo aponta Deus como o Senhor da Vinha. A vinha é o campo de trabalho que Deus nos arrendou, nos emprestou, para que a cultivemos, fazendo-a frutificar. Corresponde, ainda, ao nosso psiquismo, vasto campo de trabalho aguardando o serviço do lavrador.
A vinha, no plano físico, corresponde a todas as nossas possibilidades de trabalho no mundo, como família, emprego, nossas atividades sociais, enfim. No plano íntimo, a vinha corresponde aos nossos sentimentos, emoções, vontade.
Pela lei do progresso material devemos cultivar a vinha no plano físico, contribuindo pelo aprimoramento do mundo. Pela lei do progresso moral devemos cultivar a vinha no plano íntimo, trabalhando pelo nosso adiantamento moral.
Elementos Simbólicos da Parábola
O lagar de pisar uvas é o instrumento para trabalhar na vinha, extraindo dela os frutos que correspondem, sob o ponto de vista espiritual, ao Evangelho ensinado por Jesus. Somente pela vivência do Evangelho poderemos transformar o mundo. O Evangelho de Jesus e a revelação espírita são os instrumentos que Deus nos enviou para que possamos cultivar a vinha nos nossos corações, a fim de produzir os frutos que Deus espera colher.
A Parábola informa que a vinha estava cercada e havia nela uma torre de guarda. Estes elementos remetem a ideia de um Pai cuidadoso, que zela de toda sua criação.
Na interpretação simbólica da parábola, os agricultores, que eram locatários da vinha, representam a humanidade em sua jornada evolutiva. Os servos enviados pelo proprietário para colher os frutos simbolizam os profetas do Antigo Testamento, mensageiros divinos que, antes da vinda de Cristo, foram enviados por Deus para orientar a humanidade. Estes profetas, conforme narrado nas escrituras, foram perseguidos, apedrejados, espancados e mortos.
O filho do senhor da vinha, enviado por último, representa o próprio Jesus Cristo - a pedra angular rejeitada pelos construtores, que também teve um destino trágico nas mãos dos homens. Diante destes acontecimentos, Jesus apresenta uma pergunta crucial aos seus ouvintes: "O que vocês acham que o senhor da vinha fará com esses agricultores?" A resposta é significativa: "Dará triste fim a esses criminosos e arrendará a vinha a outros agricultores, que lhe entregarão os frutos no tempo certo."
A conclusão da parábola traz uma profecia quando Jesus anuncia que o Reino de Deus seria retirado daquela geração e concedido a uma nação que produzisse os frutos esperados. Segundo a revelação espírita, esta nação mencionada na parábola é o Brasil, escolhido para ser o solo onde os ensinamentos do Cristo frutificariam em sua plenitude.
A Missão Espiritual do Brasil: Da França ao Coração do Mundo
O início da doutrina espírita teve seu marco em Paris, França, através da codificação realizada por Allan Kardec. Porém, conforme revelado no livro "Obras Póstumas", no capítulo "Primeira notícia de uma nova encarnação", os próprios espíritos comunicaram a Kardec que a semente plantada na França não alcançaria imediatamente sua plenitude. De fato, Kardec desencarnou em março de 1869 sem presenciar a ampla disseminação de seus ensinamentos.
Foi somente quarenta e um anos após sua partida, em 2 de abril de 1910, que nasceu em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, Francisco Cândido Xavier. Através de sua mediunidade extraordinária, que resultou em 504 obras psicografadas, o espiritismo finalmente encontrou terreno fértil para florescer e se espalhar pelo mundo, tendo o Brasil como centro irradiador.
A Parábola da Vinha e sua Significação Espiritual
A trajetória do espiritismo pode ser compreendida através da Parábola da Vinha, mencionada por Jesus. A vinha, que simboliza os ensinamentos espirituais, foi retirada de Jerusalém, temporariamente cultivada na França, para finalmente estabelecer suas raízes definitivas no Brasil. Assim como o Evangelho foi um legado divino confiado inicialmente ao povo hebreu, o espiritismo tornou-se um legado especialmente destinado ao povo brasileiro, para ser vivenciado e exemplificado.
Brasil: Coração do Mundo, Pátria do Evangelho
A missão espiritual do Brasil começou a ser revelada em 1938, através da obra "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", psicografada por Chico Xavier. No primeiro capítulo, um diálogo significativo entre Jesus e Helil, um de seus elevados assessores espirituais, revela o destino especial reservado ao Brasil:
A Proteção Divina e a Missão dos Brasileiros
Quando Helil expressou preocupação com possíveis interferências de nações ambiciosas, Jesus respondeu com convicção:
Embora todas as nações recebam a proteção divina, o Brasil possui uma ligação especial com o coração de Jesus. Esta conexão única traz consigo uma responsabilidade igualmente especial: os espíritos que reencarnam em solo brasileiro têm a oportunidade de trabalhar em sua transformação moral sob a orientação do conhecimento espírita.
Nossa Responsabilidade Espiritual
Para nós que reencarnamos no Brasil, com débitos de múltiplas existências, esta é uma oportunidade singular de evolução. Sob a orientação do conhecimento espírita e o amparo direto do Cristo, temos a chance de cultivar em nossos corações os frutos espirituais que o Mestre espera de nós.
Esta missão representa não apenas um privilégio, mas também uma grande responsabilidade: a de transformar o Brasil no verdadeiro Coração do Mundo e Pátria do Evangelho, conforme o planejamento divino.
Trabalhadores da última hora, mãos à obra! Possamos nos esforçar incansavelmente para transmudar sentimentos e emoções e, assim, permanecer caminhando com o Mestre amado, sob Sua inspiração direta.
No entanto, se abandoarmos o compromisso assumido, com certeza a vinha nos será tirada e dada a quem produza os frutos no tempo certo.
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