terça-feira, 14 de maio de 2019

POR QUE REENCARNAMOS NO BRASIL?


A Parábola dos Vinhateiros Homicidas, registrada por Mateus no capítulo 21, versículos 33 a 45, quando interpretada à luz da doutrina espírita, permite identificar o motivo da nossa reencarnação no Brasil. Espíritos milenares, provenientes de centenas de outras civilizações, muitas das quais já não existem, fomos reunidos em terras brasileiras para cumprir um compromisso anunciado na Parábola dos Vinhateiros Homicidas. Esta parábola fala diretamente aos corações dos brasileiros sobre o compromisso que temos com Jesus. 

Diz a Parábola, registrada em Mateus 21, 33-45: 

Um homem, chefe de família, plantou uma vinha, circundou-a com uma cerca, cavou nela um lagar para pisar uvas e construiu uma torre de guarda. Em seguida, arrendou a vinha a agricultores e viajou para o estrangeiro. Quando se aproximou o tempo dos frutos, enviou seus servos aos agricultores para receber seus frutos. Os agricultores, porém, agarraram os servos, espancaram a um, mataram a outro e a outro apedrejaram. Novamente o dono da vinha enviou outros servos, em maior número que os primeiros. Mas eles os trataram do mesmo modo. Por fim, enviou-lhes o próprio filho, dizendo: respeitarão a meu filho. Mas os agricultores, vendo o filho, disseram entre si: Este é o herdeiro. Vamos matá-lo e tomemos posse de sua herança! Então, agarraram-no e lançaram-no fora da vinha e o mataram. Então, quando o senhor da vinha voltar, que fará com esses agricultores? Perguntou Jesus aos que o ouviam. Eles responderam. Dará triste fim a esses criminosos e arrendará a vinha a outros agricultores, que lhe entregarão os frutos no tempo certo. Então, Jesus lhes diz: "Vocês nunca leram nas Escrituras? ‘A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isso vem do Senhor, e é admirável aos nossos olhos? Por isso vos digo que o Reino de Deus vos será tirado e será dado a uma nação que produza seus frutos


O espiritismo identifica Deus como o Senhor da Vinha. Esta vinha representa o campo de trabalho que Deus nos confiou, uma dádiva para que a cultivemos e a façamos frutificar. Ela também simboliza nosso psiquismo, um vasto campo de trabalho à espera do esforço do lavrador. No plano físico, a vinha engloba todas as nossas oportunidades de atuação no mundo, seja na família, no emprego ou em nossas atividades sociais. Já no plano íntimo, ela se refere aos nossos sentimentos, emoções e vontades. 

Pela lei do progresso material, somos chamados a cultivar a vinha no plano físico, contribuindo para o aprimoramento do mundo. Já pela lei do progresso moral, somos incentivados a cultivar a vinha em nosso íntimo, buscando nosso avanço moral. 

O lagar, onde se pisam as uvas, é a ferramenta para trabalhar na vinha, extraindo dela os frutos que, em uma perspectiva espiritual, correspondem ao Evangelho pregado por Jesus. É somente por meio da vivência desse Evangelho que conseguiremos transformar o mundo. 

O Evangelho de Jesus, aliado à revelação espírita, são os meios que Deus nos forneceu para cultivarmos a vinha em nossos corações e produzirmos os frutos que Ele anseia colher. 

A Parábola nos revela que a vinha estava cercada e possuía uma torre de guarda. Esses elementos evocam a imagem de um Pai atencioso e zeloso, que cuida de toda a sua criação. 

Os agricultores, que eram arrendatários da vinha, simbolizam a humanidade. Os servos que foram enviados para colher os frutos esperados, e que acabaram sendo mortos, apedrejados e espancados, representam os profetas do Antigo Testamento. Eles vieram antes de Cristo, enviados por Deus para guiar a humanidade. O filho da vinha, que foi enviado por último, é uma representação do próprio Jesus, a pedra angular que foi rejeitada pelos construtores e, posteriormente, morto. 

Por isso, ao final da Parábola, Jesus questiona seus ouvintes: "O que vocês acreditam que o senhor da vinha fará com esses agricultores?" 

Eles responderam: "Ele dará um triste fim a esses malfeitores e confiará a vinha a outros agricultores, que lhe entregarão os frutos na época devida." 

Jesus conclui afirmando que o Reino de Deus seria retirado daquela geração e concedido a outra nação que produzisse os frutos esperados. 

De acordo com a revelação espírita, não resta dúvida de que a nação referida na Parábola é o Brasil. 

No ano de 1857, o Livro dos Espíritos é publicado na França, cumprindo-se assim, a promessa de Jesus sobre o envio do Consolador. Na penúltima página do livro dos Espíritos, com o título Prolegômenos, antecedendo o primeiro capítulo, os espíritos dizem a Allan Kardec: Coloca na cabeça do livro a cepa de vinha que te desenhamos, porque ela é o emblema do trabalho do Criador. 

Os espíritos, sob a coordenação do Cristo, anunciaram a vinha transportada, conforme Jesus finalizou na Parábola. Contudo, mesmo que a revelação espírita tenha sido plantada em Paris, na França, não é aquela a nação a que Jesus se referia na Parábola. 

Esta afirmação encontra ênfase na informação dos Espíritos a Allan Kardec, conforme registrado no livro "Obras Póstumas", no capítulo "Primeira notícia de uma nova encarnação". 

Eles afirmaram que o espiritismo, embora semeado na França, não seria amplamente aceito e reconhecido durante a vida de Kardec. Ele desencarnaria sem testemunhar os frutos da semente que plantou na França, pois somente muito tempo depois esses frutos surgiriam e se espalhariam por toda a Terra. 

Allan Kardec desencarnou em 31 março de 1869. Quatro décadas depois, em 02 de abril de 1910, Francisco Cândido Xavier nasceu em Pedro Leopoldo, MG. Ele trouxe ao mundo 504 obras ditadas pela espiritualidade, fazendo a semente plantada na França florescer e frutificar, e se difundir  por todo o planeta. 

Conclui-se, finalmente, que a vinha da Parábola foi retirada de Jerusalém, semeada na França, para finalmente florescer no Brasil. O Evangelho de Jesus é um legado que Deus concedeu ao povo hebreu, assim como o espiritismo é um tesouro divino entregue ao povo brasileiro para ser vivido e exemplificado, pois apenas dessa forma pode gerar frutos verdadeiros. 

No entanto, nossa missão como espíritas reencarnados em terras brasileiras foi revelada em 1938, por meio da psicografia de Chico Xavier, no livro "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho". 

No capítulo 1 do referido livro, ocorre um diálogo entre Jesus e Hélil, um espírito de elevada esfera, sendo assim, um de seus assessores diretos. Em um determinado momento da conversa, Jesus diz a Hélil: "Nesta terra maravilhosa e abençoada, será transplantada a árvore do meu Evangelho de piedade e amor." 

E mais adiante, o Cristo completa: "Sob a luz misericordiosa das estrelas da cruz, ficará localizado o coração do mundo!"

No capítulo 2, Hélil, demonstrando preocupação com o projeto de Cristo de transportar seu evangelho para as terras brasileiras, diz a Jesus: "Temo, Senhor, que as nações ambiciosas matem as nossas esperanças, invalidando as suas possibilidades e destruindo os seus tesouros". 

Jesus, confiante na proteção do Pai, não hesita em expressar com genuína certeza e alegria: "Helil, afasta essas preocupações e receios inúteis. A região do Cruzeiro, onde se realizará a epopeia do meu Evangelho, estará, antes de tudo, ligada eternamente ao meu coração".

Indubitavelmente, todas as outras nações do mundo recebem a proteção divina, pois todos somos filhos do mesmo Pai. No entanto, não nos foi concedido conhecer o plano de Deus para as demais nações; entretanto, o Brasil está conectado diretamente ao coração de Jesus. E o projeto de Jesus para o Brasil nos foi revelado no livro "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho. 

Nós, como espíritos antigos, que atravessamos centenas, até milhares de encarnações, e agora carregamos débitos de diversas naturezas, somente fomos selecionados para renascer no Brasil porque suplicamos a Jesus por essa oportunidade. Imploramos a chance de contribuir para nossa própria transformação moral, contando com o amparo direto de Seu Coração Compassivo. 

Dessa forma, podemos, sob a orientação do conhecimento espírita, cultivar a terra de nossos corações para que produza os frutos que Ele espera de nós. Reencarnamos nas terras brasileiras porque assumimos um compromisso com Jesus de promover nossa transformação moral, de alterar a paisagem interna que está marcada pelo orgulho, vaidade, egoísmo, individualismo, interesses pessoais, arrogância, inveja, maldade e outros tantos vícios e defeitos morais que já somos capazes de identificar em nosso interior. 

Jesus nos concedeu a oportunidade de cultivar hoje a vinha de nossos corações, sob a influência e as bênçãos que fluem diretamente de Seu magnânimo coração. Não devemos desperdiçar nem mais um momento do tempo que nos foi concedido. 

No entanto, se negligenciarmos o compromisso assumido, é indubitável que perderemos a oportunidade de receber as emanações inspiradoras diretamente do coração de Jesus para realizar o trabalho de aprimoramento íntimo. E, certamente, a luz orientadora do Mestre iluminará os caminhos daqueles que demonstrarem uma dedicação e interesse maiores em progredir conscientemente.


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